O presidente da conferência episcopal dos Estados Unidos (USCCB), Dom José H. Gómez, disse neste domingo (31) que o assassinato de George Floyd foi um “pecado que clama aos céus por justiça”, “brutal e insensível”. Ele afirma compartilhar o sentimento de ultraje manifestado pela comunidade negra do país.
Os Estados Unidos vivem uma onda de protestos desde 25 de maio. O assassinato de um homem negro por um policial branco abriu feridas jamais curadas sobre a tensão racial no país, que diariamente diferencia a população negra da branca no país. George Floyd era segurança e tinha 40 anos. Foi sufocado pelo policial com o joelho, enquanto dizia que não conseguia respirar. O vídeo foi divulgado na Internet.
“Temos que compreender que os protestos que estamos vendo em nossas cidades refletem a frustração e a raiva justificadas de milhões de nossos irmãos e irmãs, que até hoje experimentam humilhação, indignidade e oportunidades desiguais só por causa da sua raça ou a cor de sua pele. Não deveria ser assim na América. O racismo tem sido tolerado por tempo demais em nosso estilo de vida.”
José H. Gomez, arcebispo de Los Angeles e presidente da USCCB

Em comunicado, o presidente da conferência dos bispos americanos e arcebispo de Los Angeles questionou:
“Como é possível que na América a vida de um homem negro possa ser tirada dele enquanto pede ajuda e não é respondido, e sua morte é gravada enquanto acontece?”
José H. Gomez, arcebispo de Los Angeles e presidente da USCCB
Gómez afirma, ainda, que a crueldade e a violência sofridas por Floyd “não reflete a maioria de bons homens e mulheres” nas forças policiais. “Confiamos que as autoridades civis vão investigar esse assassinato cuidadosamente e garantir que os responsáveis respondam por isso”, acrescentou.
Gómez citou Martin Luther King Jr, dizendo que “protestos são a língua dos que não são ouvidos”.
“O que deveríamos estar fazendo é ouvir, agora. Desta vez, não devemos falhar em ouvir o que as pessoas estão dizendo por meio de sua dor”, disse. “Devemos finalmente arrancar pela raiz a injustiça racial que ainda contamina áreas demais de nossa sociedade americana.”
O arcebispo pediu o fim da violência no país, embora reconheça a legitimidade dos protestos pacíficos. “Devemos honrar o sacrifício de sua vida [George Floyd] removendo o racismo e o ódio de nossos corações”, afirmou.
O arcebispo também publicou um post em sua conta no Instagram, pedindo orações por Floyd e chamando o racismo de uma “blasfêmia contra Deus”.
