O cardeal que liderou a organização do Sínodo dos Bispos sobre a Amazônia afirmou que, sob a atual crise sanitária causada pelo novo coronavírus, a Igreja deve estar próxima dos povos indígenas e “indignar-se” diante de injustiças e falta de atendimento que sofrem.
Em nota poublicada no site da Rede Eclesial Pan-Amazônia (Repam), Dom Cláudio Hummes declarou que, diante de números alarmantes na região Norte do país, e um verdadeiro colapso do sistema de saúde, “incumbe aos poderes públicos implementar estratégias responsáveis de cuidado para com os setores populacionais mais vulneráveis, e ali estão os nossos povos indígenas e tantos outros”.

Referindo-se ao Sínodo realizado em outubro do ano passado, convocado pelo Papa Francisco para debater novas soluções para a Igreja na Amazônia, Dom Cláudio disse que “os povos pediram que a Igreja fosse uma aliada” e isso vale também para o atual momento de pandemia.
“E a Igreja? A Igreja, em primeiro lugar, deve indignar-se, como diz o Papa Francisco, e denunciar essas grandes carências e as injustiças que o povo dessa região está sofrendo, sobretudo os mais pobres e vulneráveis, os povos originários, quilombolas e outros.”
Dom Cláudio Hummes – Repam – 2 de maio de 2020
Ele acrescentou que também é papel da Igreja Católica “procurar estar próxima das populações indígenas no seu dia a dia, para que elas sintam que a Igreja está do lado delas, que a Igreja é uma aliada que consola, encoraja e reza junta deles, fortificando nelas a esperança e a vontade de lutar por mais justiça, solidariedade e recursos para sobreviver”.
