Papa Francisco proclama o Ano Santo da Misericórdia

Recuperamos aqui no blog alguns textos nossos publicados na imprensa nos últimos meses.

Texto publicado na página 9 de “O São Paulo”, em abril de 2015

O pontificado do Papa Francisco tem sido marcado pela frequente denúncia de problemas sociais, mas o tema da misericórdia é provavelmente sua principal mensagem teológica. Não é à toa que ele, no chamado “Domingo da Misericórdia”, o segundo domingo do tempo litúrgico da Páscoa, proclamou para toda a Igreja o Ano Santo Extraordinário da Misericórdia. O ano santo, ou jubilar, é marcado por muitas peregrinações e orações especiais. Uma tradição que vem já do judaísmo: a de dedicar um inteiro ano a pedidos e graças mais urgentes. Na Igreja Católica, normalmente o ano jubilar ocorre a cada 25 anos e reflete um tema pontual. Já o ano santo “extraordinário” ocorre somente quando o papa decide antecipá-lo por algum motivo.

“Uma pergunta está presente do coração de muitos: por que hoje um Jubileu da Misericórdia?”, questionou-se o Papa na homilia da oração das Vésperas (oração da tarde) na qual convocou o novo ano jubilar. “Simplesmente porque a Igreja, neste momento de grandes mudanças de época, é chamada a oferecer mais fortemente os sinais da presença e da proximidade de Deus”, respondeu. “Este não é o tempo para a distração, mas, ao contrário, para permanecer vigilantes e despertar novamente em nós a capacidade e olhar para o essencial.” Para o pontífice, este é o tempo para “oferecer a todos, a todos, o caminho do perdão e da reconciliação”. O ano santo começa na festa da Imaculada Conceição de 2015 e termina com a festa de Cristo Rei do ano que vem.

O Papa Francisco tem insistido na misericórdia desde os primeiros dias de seu pontificado. Na primeira oração do Ângelus (oração do meio-dia) que rezou na Praça de São Pedro, ele comentou o livro Misericórdia do cardeal alemão Walter Kasper. “O cardeal dizia que essa palavra muda tudo. Muda o mundo. Um pouco de misericórdia torna o mundo menos frio e mais justo”, declarou, em março de 2013. “Deus nunca se cansa de perdoar. Nunca. Mas nós às vezes esquecemos de pedir perdão.”

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